Árvore Literária
O Passado Sempre Está Presente

NOVELA DE CAVALARIA

Originárias da Inglaterra ou/e da França, e de caráter tipicamente medieval, nasceram da prosificação e metamorfose das canções de gesta (poesia de temas guerreiros): estas foram se alongando a ponto de tornar difícil a memorização, deixando, por isso, de serem expressas em verso para o serem em prosa, e de serem cantadas para serem lidas. Dessas mudanças nasceram as novelas de cavalaria que chegaram a Portugal no século XIII.Não há, contudo, nenhuma novela de cavalaria autenticamente portuguesa, todas eram traduzidas e aclimatadas à realidade portuguesa. Dos três ciclos que agrupam as novelas de cavalaria, somente as do Ciclo Bretão ou Arturiano tiveram grande popularidade em Portugal e geraram a famosa obra “A Demanda do Santo Graal”, que conta a busca (demanda) por um cálice sagrado (santo graal) que continha as últimas gotas do sangue de Cristo, recolhidas por José de Arimateia. Tal cálice só seria encontrado por um homem de pureza angelical.De remotas origens célticas, a lenda, pagã e cantada em verso, cristianiza-se e é prosificada, na França em 1122, tendo ainda o nome do seu herói, Perceval, substituído por Galaaz (Galaad significa o “puro dos puros”, o próprio Messias). Daí seu caráter místico e simbólico. Os cavaleiros lutam por chegar à comunhão sobrenatural. A Demanda corresponde precisamente à reação da Igreja Católica contra o desvirtuamento da Cavalaria. Os cavaleiros andantes feudais acabavam por se transformar em indivíduos desocupados, bandoleiros. O Concílio de Clermont, em 1095, decidiu a organização da primeira Cruzada e a correspondente formação duma cavalaria cristã.
Curiosidade: Entre as novelas do Ciclo Clássico, que têm como tema o Cerco de Tróia e as gestas de Alexandre Magno, destaca-se a Roman de Alexandre, que, por ser escrita em versos de doze sílabas, deu nome ao famoso verso alexandrino.
Fonte: http://www.qieducacao.com/2010/05/trovadorismo-ii.html