Árvore Literária
O Passado Sempre Está Presente

QUINHENTISMO

CONTEXTO HISTÓRICO
O fim da Idade Média é marcado pelo Renascimento, período entre os séculos XV e XVI que trouxe profundas transformações na forma de pensar e ver o mundo. O Renascimento significou uma ruptura com o mundo feudal, baseado na fé e na religião, pois defende a crença no homem e na razão. Nesse período, de intensa atividade cultural e científica, o homem europeu fez coisas inimagináveis até então.
Quando os navegadores europeus chegaram ao Oriente pelo mar, por exemplo, chegaram também à conclusão de que a Terra era redonda. E mais: descobriram que os oceanos não eram habitados por monstros e dragões. Além disso, a formulação do heliocentrismo significou um golpe para os dogmas da Igreja. Segundo essa teoria, o Sol era o centro do Universo, e não a Terra, como queriam os religiosos. Grandes feitos como esses fizeram com que o Homem se sentisse tão poderoso quanto Deus.
LITERATURA DE INFORMAÇÃO
“A nossa época está a realizar coisas que a Antiguidade nem sequer sonhou”, afirma Jean Fernel em 1530. Esse texto demonstra o orgulho português pelas conquistas ultramarinas, entre elas o Brasil. Foi nesse clima de euforia que os portugueses chegaram à costa brasileira, em 1500.
Nessa época, não se pode dizer que havia uma literatura verdadeiramente brasileira, simplesmente porque o país ainda não existia de fato, era apenas uma das colônias de Portugal. Mas havia as crônicas produzidas pelos viajantes sobre a terra recém-descoberta. Essas obras têm mais valor histórico do que literário, pois relatam os primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos. Portanto, são textos que tinham como objetivo manter os governantes metropolitanos informados sobre os novos domínios. Por isso, dizemos que se trata de uma literatura de informação.
Dentre as obras mais importantes do período, a mais famosa é a Carta do descobrimento, de Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral. Escrito em 1500 e publicado pela primeira vez apenas em 1817, o documento, destinado ao Rei de Portugal, fala das terras brasileiras como se fossem o próprio Paraíso. “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”, revela um trecho da carta. Para alguns historiadores, a carta de Pero Vaz de Caminha pode ser considerada a “certidão de nascimento” do Brasil.
LITERATURA JESUÍTICA
Nos primeiros anos de colonização, não existia vida cultural no Brasil. Ela só começa em 1549, com a chegada dos jesuítas, que fundaram os primeiros colégios, únicos redutos de atividade intelectual na colônia. Mas os jesuítas tinham outra missão: catequizar os índios (os negros, que começavam a chegar, foram ignorados) e expandir a fé católica no Novo Mundo. O principal instrumento de catequização foi o teatro, mas os jesuítas também produziram poemas sem finalidade catequética, com destaque para o padre José de Anchieta.
Fonte: http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/quinhentismo.html